Wednesday, January 21, 2015

[Certificação] TCF Québec (Test de connaissance du français Québec)

Olá, pessoal! Espero que tudo esteja indo bem com vocês nesse começo de 2015.

Passei a metade da manhã de hoje fazendo a prova do exame de proficiência TCF - Test de connaissance du français. Como já venho há bastante tempo namorando a possibilidade de imigrar para o Canadá, ou melhor, para o Québec, decidi testar meu francês na modalidade específica chamada TCF Québec, além de querer saber onde realmente está meu nível de francês de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Já faz bastante tempo que não faço mais curso de francês e venho dedicando algumas poucas horas diárias à língua de Molière e de tantos outros. Alguns amigos me diziam que estava no B2 (pelo menos na produção oral), e decidi tirar a prova real para saber se tinha regredido muito ou não (é algo inevitável quando se trata de aprender várias línguas estrangeiras. É impossível não perder a fluência ou vocabulário quando não se utiliza o idioma de forma ativa todos os dias).

Há um centro aplicador da prova aqui na minha cidade, a Aliança Francesa Recife e a modalidade TCF Québec é aplicada uma vez por mês, ao contrário do DELF, que só é aplicado uma vez por semestre.

A prova essencialmente é constituída de duas partes: a compreensão auditiva e a expressão oral, mas também pode-se pagar alguns reais a mais e também fazer a compreensão escrita (interpretação textual). A lógica é simples: quanto mais habilidades linguísticas forem testadas (e seu bom desempenho nelas), mais pontos você terá para somar ao seu dossiê. Foi o que eu fiz.

Aqui vou narrar a minha aventura nas três partes. Vejo que, geralmente, os poliglotas que vemos por aí na Internet não costumam falar de seus insucessos, exaltando apenas os êxitos. Entretanto, jamais ousei dizer que sou hiperfluente em todos os idiomas, que tenho nível nativo etc., e, portanto, acho saudável também falarmos de nossas escorregadas, até mesmo para servir de exemplo aos que estão começando só agora a jornada rumo à aprendizagem de língua(s) ou que ainda não fizeram o teste de proficiência em questão. Isso só causaria expectativas irreais a meu respeito, cobranças etc.

Vamos lá?

A compreensão auditiva tem 29 questões, assim como a escrita. Essa etapa da prova dura 25 minutos. Você recebe um gabarito e um livrinho com as opções de resposta de A a D (ou de A a E, não lembro bem). As gravações começam simples e o nível de dificuldade vai aumentando. A primeira questão, por exemplo, tem uma imagem de uma menininha entregando um presente para a mãe e você tem que escolher qual das locuções se refere à imagem. Você ouve diálogos não muito longos. Há sempre uma pergunta no final de cada gravação, e é aí que você deve ler as opções no caderninho para marcar o quadradinho correspondente no gabarito. Como o exame é na modalidade Québec, há algumas poucas gravações em que o sotaque é quebequense. Contudo, grande parte dos locutores falam em francês europeu (França). Apesar de estar mais acostumado ao sotaque europeu, nessas férias dediquei-me quase exclusivamente ao sotaque quebequense da Radio Canada. Não foi uma boa escolha. Tive muita dificuldade de conseguir me acostumar a ele, e talvez tenha perdido um pouco de familiaridade com o europeu.
Dica: Concentre-se majoritariamente a acostumar-se com o standard do francês europeu e ouça muitas gravações em francês desde diálogos no dia a dia a conversas telefônicas, ouvintes ligando para rádio etc. Contudo, não ignore o quebequense por completo.

Já a segunda etapa foi a da compreensão escrita e tem 25 questões. Aqui, você tem que correr contra o tempo. Os textos começam bem simples, desde interpretar para quem ou porque um bilhete ou carta foi escrito, até textos bem longuinhos de propagandas, anúncios, nota de opinião etc. Sempre, é claro, lendo as alternativas no caderninho e assinalando o quadradinho correspondente na folha do gabarito. É aqui que se faz necessária a competência em gêneros linguísticos em língua estrangeira, noções de função de linguagem etc. Se ler em francês fosse algo que eu fizesse todos os dias, talvez não teria tido problemas.
Achei o espaço de tempo curto para cada questão, mas consegui terminar a tempo, faltando poucos minutos para o término da sessão.
ATENÇÃO: A folha do gabarito NÃO vem com o seu nome. Eu quase entregei o gabarito sem minhas informações pessoais preenchidas. Ainda bem que ela me sinalizou antes de receber.
Dica: Leia MUITO! A palavra-chave aqui é AMPLIAÇÃO DE VOCABULÁRIO. Familiarize-se com os diversos gêneros textuais em francês.

Já a terceira e última parte que fiz foi a de expressão oral. A aplicadora da prova vai chamar você para uma sala e, antes de iniciar a prova, perguntará se você já sabe como funcionará aquela etapa, que se divide em três partes, para só então iniciar a sessão. Tudo é gravado e creio que eles mandem para uma comissão julgadora decidir seu destino.
A primeira parte consiste em você se apresentar, falar de si, de suas paixões e gostos. Enfim, quem você é. Dura aproximadamente 4 minutos. Já na segunda parte desta etapa você tem que formular o máximo de questões possíveis sobre o Québec, a fim de entrevistar a aplicadora. Não tem tema definido, mas há sugestões (paisagens, cultura, cozinha quebequense etc.). Ela te dará alguns minutos (uns 5 minutos, se não me falha a memória) e depois pedirá que você faça as perguntas. Contudo, não se iluda! Ela vai responder de forma bem simples, não se prolongando muito. O objetivo aqui é você fazer o maior número de perguntas possíveis. Caí na besteira de escrever pergunta por pergunta na folhinha, perdendo, assim, bastante tempo pra pensar em várias outras perguntas. Creio que teria economizado tempo se tivesse anotado apenas os tópicos e utilizado a folha apenas para me guiar. Ainda assim, fiz várias outras perguntas que me vieram à mente e, assim, consegui preencher o tempo. A terceira parte foi a que eu creio que vá me prejudicar mais no resultado final. A aplicadora vai sortear um tema (dentre 5 ou 6) e pedir que você fale o máximo possível a respeito, posicionando-se e articulando bem a sua argumentação. A minha pergunta foi simples, mas dava muito pano pra manga:

"Quem deve se empenhar mais: o imigrante ou o país que o recebe?".

Meu motor estava desaquecido. Tive poucas oportunidades (nem me interessei muito em criá-las) de conversar em francês ultimamente, além de ter tido um bocado de coisas a resolver durante essas férias.
Dicas: FALE MUITO EM FRANCÊS, ainda que sozinho. O francês, para esta última etapa da prova, tem que estar MUITÍSSIMO automatizado e você deve hesitar o mínimo possível enquanto fala. Fale e procure se posicionar criticamente a respeito dos mais variados temas possíveis, ainda que você não tenha uma opinião a respeito até mesmo na sua língua materna.

Resumo da obra: O TCF Québec não aprova ou reprova, apenas te diz onde você está na sua aprendizagem. Mergulhe de corpo inteiro no idioma e, permita-me a analogia, não se esqueça de se alongar todos os dias.

O resultado deverá sair em três ou quatro semanas. Assim que o souber, compartilho com vocês.

Abraços e bonne chance pour moi.

Update: Obtive C1 na compreensão escrita, B2 na expressão oral e B1 na compreensão auditiva.

1 comment:

  1. Olá, você sabe se dá para pedir para escutarmos a nossa gravação e se tem como entrar com recurso sobre o resultado? Fiz o tcf agora em março, acho que fui muito bem, mas tirei b1, a mesma nota que tirei em outubro, mas em outubro não fui tão bem.
    Obrigado!

    ReplyDelete